Estrada N2 Portugal - História
A Estrada Nacional 2 (atualmente designada por N2 e R2) tem assumido recentemente uma importância notável no turismo em Portugal.
Ao longo de 739 quilómetros, desde Trás-os-Montes ao Algarve, passando pelas Beiras e Alentejo esta é a maior estrada portuguesa, única do género na Europa e a terceira mais extensa do mundo, a seguir à Route 66 dos Estados Unidos da América e à Rota 40 da Argentina.
Com início em chaves e termino em Faro, a génese da sua história remonta a 1889 com a classificação das Estradas Reais e Distritais. Não obstante a importância de determinadas vias que já no período Romano existiam e tiveram extrema importância, principalmente nas trocas comerciais, o pensamento estratégico no desenvolvimento de uma rede rodoviária, apagado desde então, surge apenas no final do séc. XIX.
Na década de 30 do seculo XX, a necessidade de desenvolver o turismo em Portugal fez com que se criassem regulamentos com o intuito de embelezar as estradas tornando-as mais atraentes, promovendo assim o arranjo paisagístico. Dessas, destacam-se as compreendidas entre Lisboa e as zonas Queluz, Sintra, Estoril e Cascais.
O projeto final para criar uma ligação entre o Norte e o Sul de Portugal pelo interior do país na sua plenitude, assume maior importância já em pleno estado novo, com o primeiro Plano Rodoviário Nacional (PRN) de 1945, contudo já no século XIX o país havia assistido a diversas tentativas de melhorar as vias de comunicação rodoviárias.
Em 1945 é elaborado o primeiro grande Plano Rodoviário Nacional (PRN), através do Decreto-Lei nº 34:593 de 11 de maio.
Este não só vem alterar a numeração e classificação das estradas, anteriormente classificadas pelos Decretos de 1889 e 1926, mas também aprova a extensão da rede a nível nacional, que apesar de estar mapeada com 20597 quilómetros, estavam ainda 4167 por construir.
Apesar de estarmos na quase metade do séc. XX, Portugal ainda era uma manta de retalhos no que concerne a ligações rodoviárias adequadas e em comparação com o resto da europa, que mesmo com os conflitos da 1ª e 2ª GM tinham uma melhor acessibilidade rodoviária.
O PRN de 1945 veio redefinir e mapear uma nova rede viária contemplando a ligação Chaves / Faro como eixo principal, no entanto só em meados dos anos 50 do séc. XX, cerca de 10 anos depois do PRN, foi possível concluir a ligação “N2” de norte a sul na sua plenitude.
Dividiram-se então as estradas nacionais em três classes:
Estradas Nacionais de 1ª classe;
Estradas Nacionais de 2ª classe;
Estradas Nacionais de 3ª classe.
A cada tipo de estrada estava associada uma velocidade máxima, denominada velocidade-base, que determinava as características técnicas das estradas. O Decreto-Lei de 1945 introduziu o conceito de Itinerário Principal para as Estradas Nacionais de 1ª classe as quais, com as de 2ª classe, constituem a Rede Fundamental. Ainda no âmbito das estradas nacionais, as de 3ª classe correspondem às ligações estabelecidas entre os concelhos e que servem regiões ricas, portos estações de caminhos-de-ferro e zonas de turismo.
Nesta estratégia inclui-se a criação de dois grandes eixos rodoviários procurando ligar Portugal entre as duas grandes cidades e uma ligação pelo interior de norte a sul:
Estrada Nacional 1 - Porto / Lisboa
Estrada Nacional 2 - Chaves / Faro
A Estrada Nacional 2, atualmente designada por ER2 e EN2 tem uma extensão de 739,26 km. Liga Portugal de norte a sul, de Chaves a Faro. Cruza 11 distritos e 35 municípios e atravessa 11 serras e 13 rios.
Em 1889, com o decreto de 21 de fevereiro de 1889, surge a classificação das Estradas Reais e Distritais, tendo sete delas, assumido o papel principal no início deste grande projeto de ligação do Norte ao Sul de Portugal.
Estrada Real 5 – ER5 Vila Real à Fronteira com Espanha em Chaves;
Estrada Real 7 – ER7 Viseu a Vila Real;
Estrada Real 8 – ER8 Santa Comba Dão a Viseu
Estrada Distrital 120 - ED 120 Pedrogão Grande a Sertã
Estrada Distrital 188 - ED 188 Montemor o novo a Estação de Casa Branca Estação
Estrada Distrital ED 178 - Alcáçovas ao Torrão
Estrada Real 17 – ER 17 Castro Verde a Faro Interrompida no rio Vascão e Ameixial.
Até ao início do Séc. XX, Portugal não tinha uma ligação rodoviária ao Algarve, talvez a designação de “Reino de Portugal e Dos Algarves” se tenha devido a essa separação fisica. Só em 1913 conseguiu ter uma ligação rodoviária ao Algarve, com a conclusão da ponte sobre o rio Vascão ao km 680+700 da atual N2 e em 1914 era concluido o troço do Ameixial à Ribeira do Vascão. Até então a única solução condigna era a utilização do comboio ou barco.
Designações da Atual N2 |
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1889 |
1926 |
1945 |
ER 5 Vila Real á fronteira, por Chaves |
EN 7 Castro Daire à Fronteira Chaves |
EN2
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ER 7 Castro Daire a Vila Real (entre C. Daire e Viseu n havia estrada direta) |
EN 7 Castro Daire à Fronteira Chaves |
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ER 8 Santa Comba Dão a Viseu |
EN 49 2ª Santa Comba Dão a Viseu |
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Santa Comba Dão a Penacova não existia estrada |
EN 43 2ª Penacova a Vimieiro |
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ED 120 Pedrogão Grande a Sertã |
EN 54 2ª Castanheira de Pera a Vila de Rei |
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Sertã a Vila de Rei não existia Estrada |
EN 54 2ª Castanheira de Pera a Vila de Rei |
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Vila de Rei a Abrantes não existia Estrada |
EN 62 2ª Vila de Rei a Sardoal |
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Vila de Rei a Abrantes não existia Estrada |
EN 14 1ª Abrantes a Sardoal |
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Abrantes a Ponte de Sôr não existia Estrada |
EN 85 2ª Ponte de Sôr e Montargil (ponte de sor e Abrantes n existia estrada) |
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Ponte de Sôr por Montargil a Mora não existia Estrada |
EN 86 2ª Montargil a Alcáçovas |
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ED 188 Montemor o novo a Estação de Casa Branca |
EN 86 2ª Montargil a Alcáçovas |
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Estação de Casa Branca a Alcáçovas não existia estrada |
EN 86 2ª Montargil a Alcáçovas |
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ED 178 Alcáçovas ao Torrão |
EN 95 2ª Alcáçovas a Torrão |
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Ferreira e Aljustrel não existia estrada e Interrompida Ponte do Vascão |
EN 19 1ª Ferreira do Alentejo a Faro |
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Estrada Real 17 Castro Verde a Faro |
EN 19 1ª Ferreira do Alentejo a Faro |
Atualmente a N2 é utlizada diariamente por 173500 veículos ligeiros e 15400 pesados